Na realidade em que empresas buscam diferenciar-se, o desafio é não fazer muito do mesmo. É constante e, por muitas vezes inconsciente, o fato de que Pequenas e Médias Empresas acostumam-se a olhar para o vizinho, mergulham num medo sem precedentes e num cuidado que não se traduz em ação. Ora, de acordo com o a Confederação Nacional do Comércio de Bens de Serviços (CNC), em plena tormenta, o número de empresas ativas no Rio Grande do Norte subiu de 203.082 para 206.622 entre 2016 e fevereiro deste ano. Diante deste cenário, vale provocar perguntas e reflexões que venham a nortear nosso desejo de evolução enquanto empresas e profissionais de marketing: já não passou da hora de mostrar-se ao mercado de forma diferente? Qual a história da empresa? O que justifica nossa existência? Qual o porquê do serviço oferecido?

A crise, que foi novidade em 2015, ao arrebatar uma recessão e desindustrialização Brasil afora promove às empresas a necessidade urgente de inovar-se. Até outrora, boa parte das PMEs (Pequenas e Médias Empresas) pareciam navegar num sono lento e constante. O vento tem mudado, agora o despertar tem sido fazer marketing por necessidade, afirmação e sobrevivência. O marketing digital, comumente reduzido ao conteúdo das redes sociais, entre 2010 e 2015 viveu seu grande estrondo. Algumas agências e consultores ousaram a minimizar o marketing digital (um conjunto de ações na internet que demandam estudo, cuidado e técnica) aos “já velhos” posts no Instagram e Facebook. Não é suficiente! Hoje, o empresário parou, puxou seu bloco de notas (se não a planilha financeira) e pergunta: – Será que era isso tudo mesmo que me venderam? Pequenas e médias empresas, carregam consigo, um espírito de inquietude típico de quem deseja mover-se. O desafio, comum a todas, tem sido: para onde seguir e como responder as questões do parágrafo acima? Ainda que inconscientemente, o novo empresário busca opções para relacionar-se com o seu público. Agências, por sua vez, buscam “virar a chave” e oferecer um trabalho que não seja um luxo nas planilhas de custos dos empresários ou um mero ponto fora da curva de suas necessidades, mas algo que possua foco em conquistas e que gere envolvimento substancial no público, refletindo em vendas, relacionamento e uma consequente fidelização de clientes.

O momento, de acordo com o mercado, é das empresas que não saibam dizer “sim” para tudo que surge, mas as que melhor avaliam suas decisões e buscam linhas de gestão: posicionamento estratégico, planejamento a médio e longo prazo (pensando em marketing) e investimento em capital humano são exemplos disso. A agência e o profissional de marketing devem conseguir fazer as perguntas certas, para descobrir junto com o cliente as respostas que ele não consegue colher. Não há o que se inventar, não existe roda a ser fabricada. Vivemos num tempo em que, associar o óbvio de forma criativa e contar uma história é fundamental para ser destaque numa prateleira de verdades parecidas. Parafraseando Walter Longo, o autor do famoso livro ‘Marketing na Era Pós-Digital’: “Saímos de um mundo de mídias e espectadores para um universo de infinitas conexões entre marcas e pessoas”. Façamos o óbvio, com amor às causas dos clientes e paixão pragmática pelo resultado… só ele importa.

Por: Rafael Cachina