Mais que missão, a cultura digital deve consolidar-se como essência de empresas, novos e tradicionais negócios. A convergência entre o que se produz e se comercializa, é um universo que se traduz em números e informações valiosas. Um tesouro, um paradigma intangível e latente aos olhos de quem faz acontecer; seja ele empreendedor, gestor ou agente da indústria criativa (agências de marketing digital, publicidade e branding por exemplo). Contar histórias, viabilizar negócios e, claro, olhar para a tecnologia que aproxima pessoas e otimiza tempo deixou de ser novidade. É o que revela, por exemplo, o estudo da MIT Sloan Management Review, em parceria com a Deloitte University Press, e divulgada no relatório “Estratégia, não tecnologia, impulsiona a transformação digital”, 2015: “A capacidade de reimaginar digitalmente os negócios é determinada em grande parte por uma estratégia digital clara, apoiada pelos líderes que alimentam uma cultura capaz de mudar e inventar uma nova.”
O estudo, ainda que divulgado 2 anos atrás (pode parecer muito tempo), tem sido tomado como “norte” para discussões ao redor do globo desde então. A ideia central deste artigo, é promover reflexão com um foco pragmático: há espaço para empresas que negam a necessidade de digitalizar-se? A cultura digital citada acima propõe, entre outra coisas, “um despertar” para as mudanças nas relações de gestão, hierarquização e relacionamento com o cliente. O poder de relacionamento, hoje firmado através das tecnologias sócio-digitais, dão um salto para a afirmação do que é proposto e afirmado diante do público-alvo/ consumidor (narrativas de posicionamento estratégico em redes, marketing de conteúdo e storytelling). Em detrimento das empresas tradicionais, empresas concebidas na “Cultura Digital” se propõe ao risco do experimentar novas ideias e, também, de cocriar junto aos seus clientes e colaboradores: Este segundo ponto responsável por um abalo sem precedentes na hierarquia e engessamento das empresas tradicionais. Mais do que nunca, dar voz à criação e aos sentimentos de quem compõe um negócio/marca tem sido primordial e um caminho sem volta.
É importante frisar, sempre que possível, a necessidade do debate diante dos anseios de quem empreende. O mercado responsável pela gestão e criação de novas estratégias para clientes tradicionais e recém chegados ao mundo corporativo, de cultura empreendedora, devem fugir da letargia e da mesmice (sem eufemismo). A era do apertar parafusos, dos ‘Tempos Modernos’ (1936), de Charlie Chaplin, ainda que distante, nos passa um sentido de proximidade como uma esquina recém curvada… em 5 anos evoluímos em plataformas, gestão, processos, softwares e o mais importante: relacionamentos. A hora é de ação. Parafraseando o Polonês Zygmunt Bauman: “A incapacidade de escolher entre atração e repulsão, entre esperanças e temores, redunda na incapacidade de agir.” Empresas, agentes e profissionais: não há o que se decidir. A cultura digital é uma questão de obrigação e sobrevivência.
Por: Rafael Cachina